Share |Estive a ler o programa eleitoral do PS. Tem 70 páginas. Dessas, 16 estão completamente em branco. Nove são separadores, títulos e índices. Das restantes 42 (em letra grande e espaçadinha), até meio, não se fala de qualquer intenção de ação, mas apenas se fazem referências negativas à oposição. Na segunda parte, o vazio consegue ser maior do que nas que estão em branco. Entre generalidades ideológicas reles e ultrapassadas, como a defesa do "Estado Social", nota-se apenas que aquilo que defende o PS é basicamente aquilo que andou a destruir nos últimos anos, falindo-o. Sobre a saúde, segurança-social e outras coisas "mais ou menos" importantes, o que mais se sublinha no programa eleitoral do PS - que é Governo - é "malhar" na oposição (vulgo, PSD). Em todo o programa, não há uma única ideia sobre onde cortar na despesa pública por forma a cumprir as metas que o PS nunca conseguiu cumprir nos últimos anos. O programa termina com três páginas em branco e mais um separador. As páginas que mais gostei foram precisamente essas, as que estão em branco, pois mostram que, para além da pobreza deste PS de Sócrates ainda há vida e história para escrever em Portugal. Mas o mais anedótico, é quando Sócrates demonstra que vive no país das maravilhas que não é o nosso. Leiam (sem comentários): "o défice de 2010 foi de 6,8% do PIB, isto é, menos 2,7 pontos percentuais do que no ano anterior. Este é um indicador evidente do esforço de consolidação realizado".
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