sábado, 23 de abril de 2011

Quem vota em Sócrates ou um exercício matemático sobre os resultados das sondagens

Existem cerca de 10 milhões de portugueses. Oito milhões são eleitores. Mais de metade abstém-se, o que faz restar quatro milhões. Desses quatro milhões que vai votar, dizem as sondagens, que cerca de 35% ainda está indeciso e 25% não responde, o que faz diminuir o universo que condiciona o resultado das sondagens para cerca de 1,6 milhões. Desse universo, as últimas sondagens dizem que cerca de 30% ainda vota no Sócrates, o que significa perto de 480 mil pessoas. Sem desacreditar as sondagens, e fazendo fé nos seus bons números, há hoje, portanto, menos de 5% dos portugueses que querem que o PS continue a governar Portugal e estão dispostos a declará-lo nas sondagens. Os outros, ou votam noutros partidos, não sabem em quem votar, não querem votar ou não podem votar. Esses são mais de 9,5 milhões! Ou seja, a acreditar nos números das sondagens, 5% dos portugueses podem desgraçar, a favor de Sócrates, a vida dos outros 95%.
E quem serão esses 5%?
Se pensarmos que em Portugal existem 14 mil organismos públicos e que cada um deles tem pelo menos cinco administradores, tendo esses pelo menos dois familiares em casa que apoiam incondicionalmente a excelente escolha que Sócrates fez em nomear o “chefe de família” como um dos seus “boys”, então, temos que, só aí, moram metade dos seus eleitores confessos (210 mil). Se a esses juntarmos os milhares de autarcas socialistas, profissionais políticos, deputados e suas famílias, todos a viveram às custas da máquina política e todos os administradores, diretores e suas famílias de empresas que beneficiam de escandalosas Parcerias Público Privadas assinadas por Sócrates, rapidamente chegaremos perto dos 400 mil.
Admite-se, por isso, segundo estas contas, que haja 80 mil pessoas ainda a ser genuinamente enganadas pelo “engenheiro”.
Visto desta forma, e admitindo que alguns dos indecisos ou dos que não respondem possam ainda vir a votar no PS, digamos mais outros 80 mil mentecaptos, então Sócrates pode mesmo ser reeleito, impondo pouco mais de 5% dos portugueses a vontade de eleger o seu “chefe” aos restantes 9,5 milhões. “Impondo” é como quem diz, porque isso apenas acontecerá se os outros indecisos não forem votar ou se os que dizem votar nos outros partidos se abstiverem. A abstenção é, por isso, a maior inimiga da democracia e, neste caso, daqueles que não aceitem continuar a ser arruinados por um Governo de Sócrates. Não votar é deixar que estes 5% de portugueses, que em termos eleitorais podem ter um significado muito superior a isso e mesmo levar Sócrates à recondução, decidam eleger não apenas o seu “padrinho” como também perpetuar-se nos seus próprios “tachos” por mais quatro anos.
Eu não sei quem não vai votar nas próximas eleições, nem percebo as suas motivações. Mas sei uma coisa: aqueles 480 mil – os tais 5% de portugueses cuja importância eleitoral pode significar mais de 30% e que já hoje assim se reflete nas sondagens – esses vão de certeza votar PS.
Share |

Sem comentários:

Enviar um comentário