O FMI e a Comissão Europeia não nos deixaram apenas um plano macro-económico e financeiro para os próximos três anos, nem se limitaram a emprestar 78 mil milhões de euros. Aquilo que fizeram foi muito além e deixaram-nos hoje (mas também no plano) um claro caminho político de que Sócrates e o PS não fazem parte.
1. Ao dizerem que é necessária uma maioria absoluta para executar este programa, excluem o PS. Ou melhor, o PS autoexcluiu-se ao não conseguir entendimentos nem à esquerda nem à direita. A histeria de Sócrates, a sua manha insidiosa afastou-o de tudo e de todos e tornou impossível qualquer entendimento com o PSD, CDS, BE e PCP. O PS não está em condições de ter uma maioria absoluta e caso ganhasse as eleições Portugal ficaria precisamente na situação em que estava, incapaz de executar o programa do FMI e da CE.
2. Ao dizerem que o PEC4 era insuficiente e não atacava causas estruturais, deram razão a Pedro Passos Coelho, que disse a mesma coisa, ainda antes da Troika chegar a Portugal.
3. Ao dizerem que Portugal deveria ter pedido ajuda mais cedo, desmontam a mais flagrante e infame das mentiras e tramoias de Sócrates, fazendo crer (procurando fazer crer) que foi o chumbo do PEC4 que nos trouxe à atual situação. E dão razão a Pedro Passos Coelho, que há muito dizia que seria preferível uma intervenção do que o prolongar da agonia financeira do país.
4. O “pacote” do FMI é, em si, algo que poderia facilmente ser confundido com um programa do PSD, Sócrates bem lhe poderia chamar “agenda liberal”. Inclui a privatização de parte da Caixa Geral de Depósitos (conforme e nos termos que Pedro Passos Coelho preconizou); a privatização de empresas públicas como a TAP (conforme Pedro Passos Coelho disse ser necessário); a paragem das grandes obras públicas e renegociação das PPP (como Pedro Passos Coelho – e já Manuela Ferreira Leire – preconizaram); a “desjudicialização” de certos atos de Justiça (contrariamente ao que sempre procurou fazer o Governo de Sócrates); a gradação do pagamento de taxas de saúde nos hospitais públicos (contrariando o princípio e as promessas que Sócrates sempre fez); etc; etc; etc.
Se Sócrates afirmou claramente há bem pouco tempo “não estar disponível para governar com o FMI” e se este programa humilha a incapacidade dos seus Governos para fazerem as reformas estruturais que se tinham imposto e a sua capacidade para controlar as contas públicas e a dívidas pública, se o programa do FMI é, afinal, a “agenda liberal” do PSD que Sócrates tanto criticou e critica, então, posso perguntar: o que faz Sócrates nesta corrida ao poder? A resposta é apenas uma: o desespero de manter-se no poder a qualquer custo, mesmo que meta no saco as convicções e determinação que nos andou a vender e mesmo que saiba que nunca conseguirá uma maioria absoluta que lhe permita executar o programa. A verdade é, portanto, esta. Se queremos os 78 mil milhões de euros e fazer deles alguma coisa de positivo para Portugal, não há senão uma hipótese: eleger o PSD e dar-lhe uma maioria absoluta – seja com ou sem a ajuda do CDS.
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1. Ao dizerem que é necessária uma maioria absoluta para executar este programa, excluem o PS. Ou melhor, o PS autoexcluiu-se ao não conseguir entendimentos nem à esquerda nem à direita. A histeria de Sócrates, a sua manha insidiosa afastou-o de tudo e de todos e tornou impossível qualquer entendimento com o PSD, CDS, BE e PCP. O PS não está em condições de ter uma maioria absoluta e caso ganhasse as eleições Portugal ficaria precisamente na situação em que estava, incapaz de executar o programa do FMI e da CE.
2. Ao dizerem que o PEC4 era insuficiente e não atacava causas estruturais, deram razão a Pedro Passos Coelho, que disse a mesma coisa, ainda antes da Troika chegar a Portugal.
3. Ao dizerem que Portugal deveria ter pedido ajuda mais cedo, desmontam a mais flagrante e infame das mentiras e tramoias de Sócrates, fazendo crer (procurando fazer crer) que foi o chumbo do PEC4 que nos trouxe à atual situação. E dão razão a Pedro Passos Coelho, que há muito dizia que seria preferível uma intervenção do que o prolongar da agonia financeira do país.
4. O “pacote” do FMI é, em si, algo que poderia facilmente ser confundido com um programa do PSD, Sócrates bem lhe poderia chamar “agenda liberal”. Inclui a privatização de parte da Caixa Geral de Depósitos (conforme e nos termos que Pedro Passos Coelho preconizou); a privatização de empresas públicas como a TAP (conforme Pedro Passos Coelho disse ser necessário); a paragem das grandes obras públicas e renegociação das PPP (como Pedro Passos Coelho – e já Manuela Ferreira Leire – preconizaram); a “desjudicialização” de certos atos de Justiça (contrariamente ao que sempre procurou fazer o Governo de Sócrates); a gradação do pagamento de taxas de saúde nos hospitais públicos (contrariando o princípio e as promessas que Sócrates sempre fez); etc; etc; etc.
Se Sócrates afirmou claramente há bem pouco tempo “não estar disponível para governar com o FMI” e se este programa humilha a incapacidade dos seus Governos para fazerem as reformas estruturais que se tinham imposto e a sua capacidade para controlar as contas públicas e a dívidas pública, se o programa do FMI é, afinal, a “agenda liberal” do PSD que Sócrates tanto criticou e critica, então, posso perguntar: o que faz Sócrates nesta corrida ao poder? A resposta é apenas uma: o desespero de manter-se no poder a qualquer custo, mesmo que meta no saco as convicções e determinação que nos andou a vender e mesmo que saiba que nunca conseguirá uma maioria absoluta que lhe permita executar o programa. A verdade é, portanto, esta. Se queremos os 78 mil milhões de euros e fazer deles alguma coisa de positivo para Portugal, não há senão uma hipótese: eleger o PSD e dar-lhe uma maioria absoluta – seja com ou sem a ajuda do CDS.
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