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sexta-feira, 6 de maio de 2011
Hesitei em escrevê-lo, mas é mesmo preciso fazê-lo
Já não são sequer sinais. São evidências: Portugal tem indicadores muito preocupantes. Não bastassem os económicos, juntam-se agora indicadores terceiro mundistas de claro controlo da comunicação social. Tenho hesitado nestes últimos dias para “desabafar” aqui a minha profunda incomodidade e deceção com uma grande rádio nacional. Com uma rádio que – e bem – se intitula de “informação” e que eu tantas vezes elogiei pelo seu exemplo de rigor. Pois, na conferência de imprensa mais importante dos últimos 30 anos em Portugal, essa mesma rádio optou por se auto-censurar. Depois de ter transmitido na íntegra a conferência de imprensa do Ministro das Finanças, seguiu-se uma oportuna conferência noutro local, remetendo-se a reportagem da tão esperada comunicação da “troika” – destruidora da governação de Sócrates e das suas estratégias eleitorais – para uma mera reportagem final. Eu que fiz rádio muitos anos e conheço muito bem muitos dos grandes profissionais da rádio em questão sinto uma dor imensa ao escrever o que se passou nesse dia e que não é exemplo isolado de um comportamento que começa a ser despudorado. Dói-me duplamente, como português, cidadão, mas também como ex-jornalista. E “ái” do País em que os jornalistas, ex-jornalistas e todos os que têm no sangue a vontade de informar com verdade aceitam calar-se, seja por um emprego, seja apenas pelo “carreirismo” nojento de que está pejado o Portugal de Sócrates.Share
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